31.7.13

Se houvesse um mínimo de decência, a ministra já não estaria no Governo

_
Num governante, há uma coisa pior do que a incompetência: é a aldrabice / ocultação da verdade.

Tudo aponta para que Maria Luís Albuquerque tenha sido incompetente, não apenas por ter secundado Vítor Gaspar durante dois anos de uma governação cujos resultados gravíssimos estão à vista de todos (e a ministra continua a falar em "continuidade", como se nada se tivesse passado), mas também pela forma como atuou relativamente a questões como o polémico contrato de execução da venda do BPN, por ela assinado, ou os contratos de cobertura de risco (“swaps”).

Maria Luís Albuquerque não falou com verdade há um mês, perante uma Comissão de Inquérito. E não se retratou, nem forneceu qualquer explicação credível. A inacreditável recusa obstinada em responder a questões simples e diretas que lhe foram colocadas ontem na Comissão de Inquérito foi, aliás, bastante elucidativa.

Não me recordo de algum outro ministro com a credibilidade tão minada tão pouco tempo depois de tomar posse.    

Há duas razões para acreditarmos que a ministra não se demitirá: em primeiro lugar, porque o Governo acabou de sobreviver a uma crise grave, argumentando perante o (p)residente da República que havia garantias de “coesão” e de “estabilidade”. Em segundo lugar, porque Maria Luís Albuquerque pura e simplesmente não percebe que se devia demitir: isso é apelar para um padrão ético que está ausente neste tipo de governantes.
SPACE

Sem comentários:

Enviar um comentário