22.12.11

E os 30 dias úteis de férias dos alemães afectam a competitividade da economia alemã?

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Os nossos governantes justificam a eliminação dos três dias suplementares de férias como medida de promoção da competitividade da nossa economia. Será assim?
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Um dos problemas que afectam a produtividade e a competitividade das empresas é a falta de assiduidade dos funcionários. A concessão de mais um (para quem tenha apenas até três faltas num ano), mais dois (até duas faltas) ou mais três dias de férias (uma falta no máximo), em relação ao período normal de 22 dias úteis, visa precisamente premiar os trabalhadores que menos faltam e, por conseguinte, constitui um importante incentivo à produtividade e à competitividade das empresas.
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Eliminar esse “prémio de assiduidade” tem, portanto, um efeito contrário àquele que é invocado para justificar esta medida: desincentiva-se a assiduidade e, consequentemente, a produtividade e a competitividade.
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O período de férias é um importantíssimo direito para quem trabalha o ano inteiro. E é, curiosamente, um instrumento essencial da produtividade do trabalho e, consequentemente, da produtividade das empresas: todos conhecemos a diferença entre o nosso ritmo de trabalho, a nossa capacidade de concentração, a nossa produtividade e a eficiência do nosso trabalho ao fim de 11 meses de laboração e após umas férias.
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Na Alemanha, os funcionários têm direito a um mínimo de 30 dias úteis de férias por ano, e estamos a falar da principal economia da União Europeia e de um país com elevados níveis de produtividade e de competitividade, por comparação com Portugal.
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Estamos perante mais uma medida que tem como único efeito certo a diminuição do nível remuneratório dos funcionários (que vão trabalhar mais sem receberem mais), contribuindo para agravar as desigualdades sociais (coisa em que somos campeões da Europa). A vergonhosa estratégia deste país continua a ser tentar promover a competitividade através de baixos salários.
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