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Confirma-se, uma vez mais, que
Passos Coelho fez mais uma “brilhante” escolha para o seu Governo, ao confiar a
Rui Machete (que tinha tido ligações ao BPN) a pasta dos Negócios Estrangeiros. Duas semanas atrás, Machete transformou uma indesculpável mentira a uma Comissão
Parlamentar de Inquérito numa “incorreção factual” (a “única”, como então
frisou em jeito de autoabsolvição). Nessa altura (25 de Setembro), já tinha feito uma coisa mais
grave, mas que só agora veio a público. O que Machete fez, na entrevista que deu em 18 de Setembro à rádio
angolana, não foi, como diz pateticamente Passos Coelho, ter uma “expressão infeliz”. O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal mentiu descaradamente, pôs em causa o poder judicial português, pronunciou-se sobre o que não devia e não
sabia, “absolveu” angolanos que estão a ser investigados em Portugal em inquéritos
criminais e pediu desculpa a Angola, em nome do nosso país, por algo sobre que
não devia pedir desculpa nenhuma: envergonhou Portugal. Não devia apenas
demitir-se ou ser demitido: tem obrigação de pedir desculpa aos portugueses.
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