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Oeiras
livrou-se (?) de um presidente de câmara condenado e atualmente
na prisão (Isaltino Morais), mas elegeu aquele que se apresenta como o seu
sucessor, Paulo Vistas, que já era Presidente da Câmara Municipal desde que
Isaltino foi preso e, antes disso, o seu número dois na autarquia.
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Paulo Vistas
teve menos 30% de votos, por comparação com a votação de Isaltino Morais de há
quatro anos, o que significa uma grande quebra de votação.
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Os
oeirenses preferiam, pois, o original, e pouca gente tem dúvidas de que Isaltino Morais teria sido reeleito pelos oeirenses se tivesse
podido candidatar-se: há quatro anos foi eleito, com uns impressionantes 42%
dos votos, e já então tinha sido judicialmente condenado pelos crimes pelos
quais está agora a cumprir pena de prisão.
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O problema
relativamente a Isaltino não se limitava aos crimes que cometeu. O autarca-construtor que governou Oeiras durante 25 anos (e que encheu disparatada e irremediavelmente o território do
concelho de urbanizações), era, no final dos anos 80, referido muitas vezes como um autarca-modelo
e, possivelmente, terá sido, nos primeiros anos, um bom presidente de câmara
(?). Mas pelo menos nos últimos dois mandatos (período do qual posso falar com conhecimento de causa) foi um autarca medíocre.
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(não passando
de conversa da treta a de que Oeiras é o “melhor concelho para viver”, “o melhor
concelho para trabalhar”, “o melhor concelho para estudar”, o melhor concelho
para tudo e mais alguma coisa)
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Paulo
Vistas entende, diferentemente, que o trabalho da Câmara Municipal de Oeiras –
que dirigiu nos últimos meses – tem sido magnífico, e candidatou-se com o
objetivo de o continuar. Mas podia ter-se demarcado do mau exemplo que constituiu
Isaltino Morais. Ao invés disso, fez e continua a fazer publicamente, sem quaisquer reservas, a apologia
do homem, que facilmente se confunde com a apologia do crime e da ilegalidade, semelhante
àquela que tem, aliás, sido feita por outros governantes de Oeiras (como, por
exemplo, o Presidente da Junta de Oeiras, num editorial muito recente publicado
num boletim autárquico pago com dinheiros públicos, referindo-se a Isaltino Morais como um «Grande Homem», com iniciais maiúsculas e tudo - ver aqui). Essa apologia é
inaceitável por parte de um governante eleito, relativamente a alguém que começou há poucos meses a cumprir pena de prisão por vários crimes de branqueamento de capitais e de fraude fiscal (os crimes de corrupção
e de abuso de poder, pelos quais o ex-autarca também foi condenado pelo
Tribunal de Oeiras, prescreveram) e que, é importante não esquecer, até hoje não manifestou o mais pequeno arrependimento dos atos que praticou.
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Mais
preocupante do que nestas eleições ter aparecido em Oeiras um candidato independente,
ligado ao executivo de Isaltino, fazendo essa apologia, é que os oeirenses o
tenham sufragado nas urnas. E mais desconcertante é sabermos
que, se Isaltino Morais tivesse podido candidatar-se, os oeirenses tê-lo-iam
elegido outra vez Presidente da Câmara…
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