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Carlos
Carreiras, Presidente da Câmara de Cascais desde que, em 2011, António Capucho
abandonou o cargo a meio do mandato, é um desses fiascos que de vez em quando são
inexplicavelmente referidos como sendo bons presidentes de câmara.
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Resido no
concelho de Cascais. Durante esta campanha eleitoral, recebi muita propaganda
na minha caixa de correio, incluindo de Carlos Carreiras (PSD+CDS). Tentei conhecer o programa de Carlos
Carreiras, mas em vão: nem na Internet era possível ficarmos a saber
o que é que Carreiras pretendia fazer na Câmara Municipal de Cascais caso fosse eleito (candidatou-se a presidente de câmara pela primeira vez).
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A
candidatura de Carlos Carreiras, denominada “VivaCascais”, editou quatro
números de um jornal de campanha, cujo conteúdo consistia,
basicamente, na bajulação do candidato-presidente, com muitos “testemunhos” de
gente “anónima” e de gente conhecida, que diziam coisas como
«Estou com
o VivaCascais porque sei que está a ser liderado pelo dr. Carlos Carreiras, uma
pessoa que eu estimo e que tenho muita consideração»
ou
«Apoio a
coligação VivaCascais porque sou de Cascais, trabalho em Cascais, toda a vida
estudei em Cascais e por tudo o que a Câmara de Cascais tem feito pelo nosso
concelho que são coisas fantásticas»
mas era um
jornal de conteúdo informativo nulo quanto ao programa proposto para os próximos quatro anos. Logo no primeiro número, o Diretor de
Campanha anunciava que esta iria ser uma «campanha
diferente», sem promessas, em que a candidatura se iria limitar a
«lembrar
tudo o que é Cascais. Nem mais nem menos do que isso. E Cascais é um dos
concelhos melhor geridos em todo o
país. Para se viver, para se trabalhar, para estudar ou simplesmente para
passear. Cascais é isto. E todos somos Cascais».
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(e assim
ninguém poderá acusá-lo de não ter feito o que disse que ia fazer)
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Nestas eleições, Carlos
Carreiras perdeu 25% dos eleitores que tinham votado
na coligação em 2009, o que é significativo (e houve mais de 9% de votos
brancos ou nulos, quase o triplo de há quatro anos, um sinal evidente de
protesto). Carreiras ganhou, mesmo assim, a maioria absoluta (por um mandato de
diferença), que lhe foi conferida… por uma minoria de votantes: o concelho
de Cascais continua a ser uma vergonha em níveis de participação cívica: só
pouco mais de um terço dos eleitores é que se dignaram a ir votar (um pouco menos do que em 2009).
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(talvez esta falta de consciência cívica faça parte do “fantástico concelho” descrito
nos jornais de campanha de Carlos Carreiras)
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De forma
que nos próximos quatro anos Cascais vai ser governado por um presidente de
câmara, com maioria absoluta, no qual votaram só 16% dos eleitores cascalenses, que não fazem ideia do que é que o homem pretende fazer.
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Para
Cascais, serão certamente mais quatro anos cheios de “coisas fantásticas”… (como esta).
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