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7 – A
vitória de pirro de António Costa em Lisboa
A governação de António Costa em Lisboa, nestes últimos 6 anos,
tem sido sobrevalorizada. Tratou-se de uma governação muito desequilibrada, que
foi negativa ou mesmo muito negativa em algumas áreas importantes (limpeza
urbana, ruído, património, gestão do espaço público, segurança rodoviária,
urbanismo, mobilidade, transparência…). Poderá dizer-se que foi um presidente
de câmara acima da média. Simplesmente, a média é baixa. E não devemos nunca perder
o sentido da exigência.
A percentagem obtida por António Costa nas eleições de ontem (51%)
é impressionante, e a distância para o PSD de Fernando Seara foi gigantesca.
Mas, perante um adversário muito fraquinho (Seara), António Costa
nem sequer conseguiu segurar os eleitores que votaram nele há quatro anos:
perdeu 7 mil votos nestas eleições, por comparação com as autárquicas de
2009 (em contrapartida, o número de votos brancos e nulos - 16 mil - mais do que duplicou). É
preciso ter cuidado antes de se falar de uma "vitória estrondosa" em
Lisboa e de um "reforço"
da votação de António Costa.
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8 – Outras
vitórias agridoces
Tal como no
caso de António Costa, cantou-se “grande vitória” em casos em que, apesar da
conquista da autarquia, se perdeu eleitores. Dois exemplos: a CDU conquistou a
câmara de Beja, mas perdeu eleitores, comparativamente com as eleições de há
quatro anos, enquanto o número de votos brancos e nulos mais do que duplicou; o
PS conquistou a câmara de Coimbra, mas perdendo mais de 7% de votos em relação
a 2009, enquanto o número de votos brancos e nulos mais do que duplicou (atingindo mais de 8%).
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9 – A
vitória de Rui Moreira no Porto e os independentes
A vitória
de Rui Moreira no Porto significa que, pela primeira
vez, uma das principais câmaras do país não foi ganha por um dos grandes
partidos: foi um dos factos mais relevantes destas eleições.
As listas
independentes conquistaram 13 câmaras municipais e, em número de votos, já
valem mais do que CDS e BE juntos. Se aos votos dos independentes somarmos os
votos brancos e nulos, temos um número próximo da votação obtida pelo PSD, o
que é impressionante.
Tem
havido, pelo país, casos interessantes de câmaras governadas por independentes.
Mas não nos esqueçamos de que, quando falamos de independentes, estamos a falar
também de Avelino Ferreira Torres (que desta vez não conseguiu ser eleito em
Marco de Canaveses), de Valentim Loureiro ou de Isaltino Morais, e de pessoas
que só não se candidataram pelos seus partidos de sempre porque estes não
quiseram.
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10 – A
humilhação de Alberto João Jardim
Na
Madeira, feudo inexpugnável do PSD, que detinha todas as câmaras municipais da
região, o PSD só ganhou 4 das 11 câmaras, ou seja, pouco mais de um terço, e
perdeu a mais importante (Funchal). Alberto João Jardim não teve a inteligência
de abandonar o poder a tempo (= antes de acabar o dinheiro). Depois da quase
humilhação nas eleições internas do PSD-Madeira no final de 2012, chegou a vez
da humilhação nas urnas. Muito dificilmente haverá retorno: aproxima-se o fim
de Jardim, o inqualificável governante que o PSD nacional tem, vergonhosamente,
continuado a apoiar.
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11 – As
derrotas humilhantes dos salta-concelhos Luís Filipe Menezes, Fernando Seara e
Moita Flores
Aspiravam
a ganhar as eleições, mas tiveram derrotas estrondosas: Luís Filipe Menezes
(Porto, PSD), Fernando Seara (Lisboa, PSD e CDS) e Moita Flores (Oeiras, PSD) tiveram as derrotas
humilhantes que mereciam. Fica a esperança de que em breve saiam de cena.
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