6.5.16

L de Lindo


Da história não rezarão casos em que alguém chega junto de bebé alheio e comenta
“É um bocadito feio”
Pelo contrário, a cortesia social leva-nos normalmente a dizer
“Tão lindo!”
mesmo que sem a mínima convicção, mesmo que depois do
“Tão lindo!”
confidenciemos a outra pessoa
“É tão feinho, coitado, Deus o ajude”.
Para uma mãe, no entanto, a sinceridade do
“Tão lindo!”
nunca é minimamente posta em causa, porque não há mãe que não ache o seu bebé lindo. Em cada
“Tão lindo!”
a mãe obtém a mera confirmação de um facto óbvio, que está à vista de toda a gente.
-.-.-.-.-.-.-.-.-.
Esta semana, na comemoração do Dia da Mãe na creche dos meus bebés, uma das atividades que pediram às mães para fazer foi escrever num cartão, a partir de iniciais, as palavras que elas achavam que mais bem descreviam os seus bebés. Todas as mães, sem exceção, aproveitaram a inicial “L” para escrever “lindo” ou “linda”.
Mesmo que seja mais difícil ver fealdade num bebé do que numa criança mais velha, não é verdade que todos os bebés sejam lindos. Há bebés francamente feios. E há outros que, não sendo feios, também não são particularmente bonitos.
Uma das mães que escreveu “lindo” foi a mãe dos meus bebés. Mas, neste caso particular, nem vejo que outra palavra pudesse ter sido escolhida. Posso confirmar: os meus bebés são mesmo lindos. Aliás, toda a gente o tem reconhecido. Uma unanimidade em muitas centenas de pessoas, incluindo muitos desconhecidos na rua. E não é possível que tanta gente esteja enganada, pois não? Cortesia social? Não, neste caso não pode ser. É óbvio. Está à vista de toda a gente. Nem imagina a Anne Geddes
SPACE

Sem comentários:

Enviar um comentário