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Uma situação demasiado frequente
na comunicação social é a transformação de uma mera afirmação de alguém num "facto".
Se fulano diz
“sempre paguei os meus impostos”,
não se pode noticiar
“fulano sempre pagou os seus
impostos”,
mas apenas
“fulano afirma que sempre pagou
os seus impostos”.
Doutra forma, está-se a tomar como verdadeira a afirmação e, portanto, a acrescentar, a deturpar, a
tomar partido: já é mais do que uma notícia.
Esta semana, a comunicação
social forneceu mais alguns exemplos deste mau jornalismo:
- «Passos estava convencido de que não tinha que contribuir para a Segurança Social»
Etc.
O Público colocou a palavra “convencido”
entre aspas…
…o que não torna as coisas
muito diferentes.
A falta de correspondência entre o título e o corpo da notícia é uma praga do jornalismo. Por falta de tempo, falta de interesse ou por outros motivos, há muita gente que só lê
títulos de notícias.
A repetição deste tipo de títulos tem sempre algum efeito, e muita gente acaba
por tomar como facto aquilo que não passou de uma afirmação - que, como é evidente, pode ser falsa.
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