2.4.14

Não há dinheiro para mais estradas

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«Não há dinheiro para mais estradas», afirmou há dias, na televisão, o secretário de estado dos transportes. A explicação é simples: a União Europeia não dá mais fundos comunitários a Portugal para financiar a construção de estradas. A razão para isto também é simples: o nosso país já tem uma rede de estradas bastante melhor do que a média da União Europeia. Vale a pena lembrar aqui que, de acordo com o relatório do F.E.M. de 2013-2014, Portugal tem a 4.ª melhor rede de estradas do mundo e a 2.ª melhor da União Europeia!

A falta de dinheiro para estradas é o que explica a “prioridade à ferrovia e às infraestruturas portuárias” anunciada semanas atrás, aquando da apresentação do relatório do grupo de trabalho sobre as grandes infraestruturas: são essas as áreas para as quais a União Europeia concede fundos comunitários.

Não parece, contudo, que o país tenha aprendido alguma coisa e que se reconheça hoje que não faz qualquer sentido continuar a ampliar a rede rodoviária nacional: só a falta de dinheiro impede, de facto, que mais estradas sejam construídas / ampliadas. O governo português tem tentado convencer a Comissão Europeia a disponibilizar mais fundos para estradas, o que levou a porta-voz da Comissão a reafirmar há dois dias a jornalistas portugueses que não serão concedidos mais fundos para esse fim.

Sem dinheiro da União Europeia, o Governo tentará ainda o recurso ao financiamento privado. Foi o que deu a entender o secretário de estado dos transportes, logo depois de afirmar que não há dinheiro para mais estradas: «as autoestradas que fizermos» (sim, «as autoestradas que fizermos») terão de ser feitas «com financiamento do setor privado». Mas com o país saturado de estradas, ou se fazem novas PPP com o risco transferido para o Estado e lucro garantido às concessionárias, ou não se vê como é que o setor privado estará disposto a investir em mais estradas.

Uma coisa é certa: não, não aprendemos.
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1 comentário:

  1. É o que dá lidar com esta gente atrasada!
    Então na UE ainda não aprenderam que são as estradas as vias para o futuro! e as autoestradas as vias rápidas para esse mesmo futuro (seja ele qual for)!

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