5.9.13

Autárquicas I: Acho que escolhi mal a minha equipe

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Manuel Almeida é candidato a presidente de câmara municipal do terceiro maior concelho do país em população (Vila Nova de Gaia), nas listas do Partido Trabalhista Português. Na quinta-feira passada, dois dias depois de se ter feito filmar, na rua, a telefonar para o tribunal de Gaia, afirmando e repetindo até à exaustão


parecendo mesmo acreditar naquilo que dizia, fez a apresentação formal da sua candidatura, na qual começou por confessar

«Acho que escolhi mal a minha equipe»,

o que constitui uma estratégia eleitoral absolutamente inovadora.

A apresentação da candidatura à presidência da câmara durou pouco mais de cinco minutos, nos quais o candidato teve tempo para expor o seu programa eleitoral

(«As minhas perspetivas de candidatura é defender a discriminação entre os pobres, coisa que eu não especulo com a discriminação»),

para agradecer ao presidente do partido

(«Agradeço ao Dr. Madaleno que é advogado e presidente do partido, não pôde estar cá hoje, uma vez que não tinha camisolas, nem as bandeiras, que não foi entregue a tempo e horas e ele também tem audiências em tribunal»)

e ao seu amigo Teixeira

(«Agradeço ao meu amigo Teixeira que fazia parte da lista da assembleia que foi embrulhada também no tribunal, não sei quem foi, que eu apresentei trinta e três, e apareceu vinte e uma oficializada e por isso é que eu não concorri à assembleia»)

e ainda sobrou tempo para apresentar a sua “equipe” (não se descreve aqui, porque há coisas que não se descrevem) e para grandes queixas e umas boas verdades dirigidas à comunicação social televisiva (nomeadamente, RTP e Porto Canal), de que o candidato, em definitivo, se parece ter divorciado.

(«O Porto Canal tinha que estar domingo, Porto Canal pode ir filmar a outros, porque domingo não me vai filmar, nem vou dar entrevista nenhuma. Se quiser dar entrevista, que vá para a praia, que vá para a piscina..., que vá para a China... filmar! Eu não vou dar entrevista nenhuma sobre a minha candidatura. Por isso, boa noite a todos…»)  

Esta recusa da comunicação social televisiva, por parte do candidato que diz não especular com mentes malignas, deixa-nos consternados. É certo que o programa eleitoral já foi exposto, em poucos segundos. Mas ao revermos o vídeo de cinco minutos, não podemos deixar de ficar com a impressão de que há ali uma ou outra frase cujo sentido não se consegue perceber lá muito bem…
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