Os jornais da Beira Baixa noticiam esta semana que uma empresa alemã (a Steiff) sedeada há mais de 20 anos em Portugal (em Oleiros) pretende encerrar a fábrica e transferir a produção para a Tunísia.
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Ao que parece, a fábrica (que produz dos mais famosos bonecos de peluche)
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(ainda há pouco tempo a chanceler alemã Angela Merkel foi fotografada a oferecer um desses bonecos a Sarkozy, quando nasceu a filha deste)
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dá lucro todos os anos; as encomendas não param de crescer; a fábrica está instalada num terreno camarário, pelo qual a empresa não paga um cêntimo; a empresa também não paga derrama, graças à isenção concedida pela autarquia; a administração da empresa alemã, de boa saúde financeira, já recebeu do Ministério da Economia a garantia da concessão de apoios financeiros adicionais. Mesmo assim, a produção vai ser transferida para a Tunísia. A administração da empresa invoca, designadamente, o preço da mão-de-obra.
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Isto vem, mais uma vez, chamar a atenção para a necessidade imperiosa de uma grande desvalorização dos salários dos portugueses, no sentido de tornar o país mais competitivo. Ainda ontem, a chanceler alemã, em visita rápida ao nosso país, afirmou que «Portugal é um exemplo de que a competitividade pode ser melhorada». E tem toda a razão. Tudo o que nos últimos anos já se cortou no rendimento dos portugueses que trabalham não chega. Como se vê, é imprescindível ficarmos com salários abaixo dos da Tunísia (segundo apurou o Pombal do Marquês, o salário mínimo nacional na Tunísia é de cerca de 120 € mensais e o salário médio dos tunisinos é de 250 € por mês). O Pombal do Marquês sugere mesmo, como meta a atingir, o nível salarial médio da Serra Leoa. Pelo menos, sempre ganhávamos alguma coisa em coerência.
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