25.9.12

A estratégia de empobrecimento que não é para todos

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Vale a pena recordar, especialmente neste momento:
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Portugal é o país da União Europeia onde é maior o fosso entre os mais ricos e os mais pobres: somos os campeões europeus das desigualdades sociais.
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Um estudo publicado em 2011 pela União Europeia concluiu que as medidas de austeridade em Portugal têm tido mais impacto no rendimento dos 20% de portugueses mais pobres do que no rendimento dos 20% mais ricos, induzindo o aumento daquelas desigualdades.
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Mas o estudo concluiu mais: feita a análise comparativa de vários países da União Europeia onde têm sido aplicadas medidas de austeridade em consequência da crise orçamental (Grécia, Irlanda, Espanha, Reino Unido, Estónia e Portugal), constatou-se que Portugal é o único país onde as medidas de austeridade prejudicaram mais os 20% mais pobres do que os 20% mais ricos. Em todos os outros países, portanto, as medidas foram mais duras para com os mais ricos do que para com os mais pobres.
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Se olharmos para os gráficos relativos aos vários países analisados, salta imediatamente à vista uma grande diferença entre Portugal e os restantes países, no que diz respeito ao impacto das medidas de austeridade nas camadas mais pobres da população, sendo a diferença mais notória nos 20% mais pobres.
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Na Estónia, na Irlanda e no Reino Unido, a diferença do impacto das medidas de austeridade nos mais ricos e nos mais pobres é bastante grande, com prejuízo para os mais ricos (na Irlanda, os cortes no rendimento disponível dos 20% mais ricos mais do que duplicam os dos 20% mais pobres, numa proporção de 10,5 para 5).
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Para redobrar a nossa vergonha, Portugal nem sequer está perto do equilíbrio: a penalização dos 20% mais pobres foi bastante mais forte do que a dos 20% mais ricos (numa proporção de 6,1 para 3,9).
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Estes dados referem-se apenas aos efeitos das medidas de austeridade aplicadas entre o início da crise europeia (2008) e Junho de 2011. Isto é, no caso de Portugal, estão apenas em causa as medidas de austeridade executadas antes do pedido de ajuda externa, no último Governo chefiado pelo "socialista" José Sócrates. Tendo em conta o tipo de medidas que têm sido aplicadas desde então, pelo Governo do "social-democrata" Passos Coelho, não será difícil adivinhar que o cenário se tornou ainda mais vergonhoso.
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Entretanto, um estudo de 2012 ontem noticiado pelo jornal Público revelou que, de 2011 para 2012, a perda de rendimentos do trabalho foi progressivamente maior para os trabalhadores com salários mais baixos. A queda do valor dos salários foi menor no caso dos diretores, administradores, gestores e trabalhadores com cargos de chefia.
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