Num
governante, há uma coisa pior do que a incompetência: é a aldrabice / ocultação
da verdade.
Tudo
aponta para que Maria Luís Albuquerque tenha sido incompetente, não apenas por
ter secundado Vítor Gaspar durante dois anos de uma governação cujos resultados
gravíssimos estão à vista de todos (e a ministra continua a falar em "continuidade",
como se nada se tivesse passado), mas também pela forma como atuou relativamente
a questões como o polémico contrato de execução da venda do BPN, por ela
assinado, ou os contratos de cobertura de risco (“swaps”).
Maria
Luís Albuquerque não falou com verdade há um mês, perante uma Comissão de Inquérito.
E não se retratou, nem forneceu qualquer explicação credível. A inacreditável recusa
obstinada em responder a questões simples e diretas que lhe foram
colocadas ontem na Comissão de Inquérito foi, aliás, bastante elucidativa.
Não
me recordo de algum outro ministro com a credibilidade tão minada tão pouco
tempo depois de tomar posse.
Há
duas razões para acreditarmos que a ministra não se demitirá: em primeiro
lugar, porque o Governo acabou de sobreviver a uma crise grave, argumentando
perante o (p)residente da República que havia garantias de “coesão” e de
“estabilidade”. Em segundo lugar, porque Maria Luís Albuquerque pura e
simplesmente não percebe que se devia demitir: isso é apelar para um padrão
ético que está ausente neste tipo de governantes.
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