20.1.15

Restos de elétrico

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Desmantelamento de uma linha de elétrico no centro de Lisboa, 2013. A cidade já teve cerca de trinta linhas de elétrico, numa extensão total de mais de 150 quilómetros, e centenas de veículos afetos à circulação deste transporte público. Hoje, restam apenas seis linhas (uma delas, a do Carmo, com circulação suspensa há 19 anos) e a esmagadora maioria dos veículos foi vendida: há elétricos lisboetas a circular noutros países, como Espanha, Reino Unido, EUA, Holanda, Argentina e Japão. Lisboa foi-se desfazendo do elétrico pelas piores razões: a secundarização do transporte público, em favor do automóvel, e, em particular, por ser considerado um empecilho para a circulação automóvel na cidade. Noutros países da Europa, é um transporte público urbano em que se está a apostar. Para citar três - e apenas três - países da Europa (Espanha, França e Itália), nas últimas duas décadas foram inauguradas redes de elétrico em cidades como Bilbau (2002), Barcelona (2004), Madrid (2007), Valência (1994), Vitoria-Gasteiz (2008), Zaragoza (2011), Sevilha (2007), Málaga (2014), Murcia (2007), Alicante (2003), Tenerife (2007), Bordéus (2003), Toulouse (2010), Lyon (2000), Paris (1992), Nice (2007), Estrasburgo (1994), Montpellier (2000), Besançon (2014), Reims (2011), Tours (2013), Orléans (2000), Le Mans (2007), Angers (2011), Aubagne (2014), Mulhouse (2006), Rouen (1994), Valenciennes (2006), Le Havre (2012), Brest (2012), Dijon (2012), Florença (2010), Bergamo (2009), Mestre (2010), Pádova (2007), Cagliari (2008), Bergamo (2009), Sassari (2006) e Messina (2003), isto sem falar nas cidades que já tinham rede de elétrico e que têm vindo a expandir este meio de transporte público pouco poluente, pouco ruidoso, mais sustentável e mais amigo das cidades. Lisboa continua a ser uma cidade tristemente dominada pelo automóvel e permanece indiferente a esta evolução.
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