Nota: este não é, nem poderia ser, para mim, um texto nostálgico, por insuficiência de idade: não estive – nem poderia ter estado – no concerto dos Genesis de 1975
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The Musical Box é um grupo canadiano que se dedica a recriar concertos dos Genesis. Vieram a Portugal (Cascais) no último sábado, para recriar o mítico concerto dado pelos Genesis no Pavilhão dos Desportos de Cascais em Março de 1975.
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Os espetáculos dos Musical Box não são simples concertos: são uma verdadeira reconstituição histórica, de algo que jamais voltaremos a ver (e que nunca veríamos numa hipotética reunião dos velhos Genesis). Fazem tanto sentido como um filme histórico ou uma recriação teatral de algum acontecimento histórico. E neste caso faz tanto mais sentido quanto é certo que nos concertos dos Genesis as componentes cénica e teatral eram muito importantes e, por outro lado, não existe uma única gravação vídeo dos concertos daquela digressão (os Genesis chegaram a ponderar filmar o concerto de Cascais, mas não o fizeram).
Fiquei, desde logo, a saber uma coisa: há gente que parece gostar ainda mais dos Genesis do que eu, algo que até sábado à noite eu julgava ser impossível. Não falo apenas do casal que, à minha frente, passou o espetáculo todo a abanar energicamente a cabeça em todas as direções possíveis e imaginárias, ou das lágrimas nostálgicas nos olhos de muitos que tinham estado no concerto de Cascais trinta e sete anos antes;
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falo, sobretudo, dos elementos dos Musical Box e daquele trabalho todo para recriar um concerto dos Genesis. Aquilo só pode ser feito por amor. Por dinheiro também, claro, mas indiscutivelmente por amor. Por amor aos Genesis, subentenda-se.
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A reconstituição não é feita ao acaso. Os Genesis cederam aos Musical Box os respetivos direitos e auxiliaram-nos na conceção dos espetáculos. A reconstituição, muito elogiada pelos próprios ex-membros dos Genesis, é feita ao pormenor. Não foi apenas o alinhamento do concerto de Cascais de 1975 que foi repetido; o pormenor da reconstituição inclui os instrumentos, os cabelos dos músicos, o guarda-roupa,
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(por exemplo, a camisola branca e o blusão de cabedal preto do personagem Rael com que Peter Gabriel iniciou o concerto)
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as suas posições no palco, os gestos e as representações teatrais, as palavras ditas ao microfone,
o cenário, as luzes, os adereços, os efeitos visuais e pirotécnicos, as imagens projetadas (no espetáculo de sábado viram-se os mesmos - mais de mil - slides que foram usados no concerto de 1975)
fora-de-série – Tony Banks, Steve Hackett, Phil Collins, Peter Gabriel e Mike Rutherford –, e o maior elogio que se pode fazer aos Musical Box é que em muitos momentos do espetáculo chega a ser-nos criada a ilusão de estarmos a ver e a ouvir os verdadeiros Genesis de 1975. É como viajar numa máquina do tempo:
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A recriação do ambiente em que ocorreu o concerto de Março de 1975 estendeu-se ao exterior do pavilhão (nesse caso, da responsabilidade da organização), relembrando-se, por exemplo, os tanques e os soldados do COPCON que se encontravam junto ao Pavilhão dos Desportos de Cascais em 1975.
Não é possível recuarmos no tempo e assistirmos a um concerto dos Genesis dos anos 70. Mas existe um grupo capaz de criar a ilusão de que essa viagem no tempo é possível.
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The Musical Box é um grupo canadiano que se dedica a recriar concertos dos Genesis. Vieram a Portugal (Cascais) no último sábado, para recriar o mítico concerto dado pelos Genesis no Pavilhão dos Desportos de Cascais em Março de 1975.SPACE
Os espetáculos dos Musical Box não são simples concertos: são uma verdadeira reconstituição histórica, de algo que jamais voltaremos a ver (e que nunca veríamos numa hipotética reunião dos velhos Genesis). Fazem tanto sentido como um filme histórico ou uma recriação teatral de algum acontecimento histórico. E neste caso faz tanto mais sentido quanto é certo que nos concertos dos Genesis as componentes cénica e teatral eram muito importantes e, por outro lado, não existe uma única gravação vídeo dos concertos daquela digressão (os Genesis chegaram a ponderar filmar o concerto de Cascais, mas não o fizeram).
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Consegui comprar um bilhete na véspera à noite: era o único que havia, de alguém que tinha reservado e desistiu.
SPACEFiquei, desde logo, a saber uma coisa: há gente que parece gostar ainda mais dos Genesis do que eu, algo que até sábado à noite eu julgava ser impossível. Não falo apenas do casal que, à minha frente, passou o espetáculo todo a abanar energicamente a cabeça em todas as direções possíveis e imaginárias, ou das lágrimas nostálgicas nos olhos de muitos que tinham estado no concerto de Cascais trinta e sete anos antes;
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(contrastando com o olhar de tédio de algumas adolescentes de tenra idade cujos pais acharam que era uma boa ideia levá-las a ver a reconstituição de um concerto da digressão do mais difícil álbum dos difíceis Genesis)SPACE
falo, sobretudo, dos elementos dos Musical Box e daquele trabalho todo para recriar um concerto dos Genesis. Aquilo só pode ser feito por amor. Por dinheiro também, claro, mas indiscutivelmente por amor. Por amor aos Genesis, subentenda-se.
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A reconstituição não é feita ao acaso. Os Genesis cederam aos Musical Box os respetivos direitos e auxiliaram-nos na conceção dos espetáculos. A reconstituição, muito elogiada pelos próprios ex-membros dos Genesis, é feita ao pormenor. Não foi apenas o alinhamento do concerto de Cascais de 1975 que foi repetido; o pormenor da reconstituição inclui os instrumentos, os cabelos dos músicos, o guarda-roupa,
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(por exemplo, a camisola branca e o blusão de cabedal preto do personagem Rael com que Peter Gabriel iniciou o concerto)
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as suas posições no palco, os gestos e as representações teatrais, as palavras ditas ao microfone,
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Excerto do espetáculo de sábado
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O concerto de 1975
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A recriação do espetáculo em 2012
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O concerto de 1975
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A recriação do espetáculo em 2012
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e, claro, a música. Quando falamos dos Genesis de 1975, estamos a falar de cinco músicosfora-de-série – Tony Banks, Steve Hackett, Phil Collins, Peter Gabriel e Mike Rutherford –, e o maior elogio que se pode fazer aos Musical Box é que em muitos momentos do espetáculo chega a ser-nos criada a ilusão de estarmos a ver e a ouvir os verdadeiros Genesis de 1975. É como viajar numa máquina do tempo:
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Excertos do espetáculo de sábado passado
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A recriação do ambiente em que ocorreu o concerto de Março de 1975 estendeu-se ao exterior do pavilhão (nesse caso, da responsabilidade da organização), relembrando-se, por exemplo, os tanques e os soldados do COPCON que se encontravam junto ao Pavilhão dos Desportos de Cascais em 1975.
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Tanque junto ao Pavilhão dos Desportos na noite do segundo concerto dos Genesis (7/3/1975)
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Tanque colocado junto ao pavilhão na noite do espetáculo do passado sábado (10/3/2012). Havia também figurantes vestidos de soldados junto à entrada do pavilhão.
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(continua)
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