6.7.13

Paulo Portas vítima do medo que tem ajudado a instalar

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Paulo Portas, que na terça-feira tinha tomado a decisão “irrevogável” de sair do Governo, afinal fica (isto se Cavaco Silva aceitar a continuação deste Governo, o que é o mais provável, conhecendo-se a peça que os portugueses elegeram Presidente da República).

Não foi com certeza a insólita reação de Passos Coelho que levou Paulo Portas a recuar. Foi apenas e tão-só o medo: na quarta-feira, o mundo desabou em cima de Paulo Portas, com as notícias da subida dos juros da dívida a 10 anos (que, aliás, estão a subir desde Maio) e da queda das ações na Bolsa. Aquilo que se passou esta semana com Portas faz recordar o enredo do recente livro de Rui Zink, “A Instalação do medo”.

Com ou sem eleições, já ninguém no seu perfeito juízo duvida de que a este programa de ajustamento se seguirá outro, tenha ele o nome de “segundo resgate” ou outro qualquer. Porque é inequívoco que este não resultou.

Não pode haver pior prejuízo para o país do que a continuação deste Governo, o Governo de todas as trapalhadas, das inacreditáveis atitudes de revanchismo, das mentiras descaradas, das ilegalidades recorrentes, das declarações de amor eterno ao programa de ajustamento (até perceberem que não resultou), da insanidade de ir além do programa de ajustamento e da impavidez perante a evolução absolutamente dramática registada no país, que estes senhores têm repetida e desavergonhadamente caracterizado como um “sucesso” (estes senhores insultam-nos de cada vez que nos vêm falar em “sucesso” do programa de ajustamento).

É pena que este espetáculo deprimente que temos vindo a viver no país se vá prolongar ainda por mais algumas semanas ou meses. É Portugal que vai perder.
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